Código de Trânsito Brasileiro mais rígido

 

07/12/2010 20:52
 

Relator pretende aumentar valor de multas de trânsito

 

Manoel Junior deve apresentar em 15 dias seu parecer sobre o PL 2872/08 à Comissão de Finanças e Tributação.

O relator da proposta (PL 2872/08) que busca tornar mais rígido o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), deputado Manoel Junior (PMDB-PB), disse nesta terça-feira que irá sugerir à Comissão de Finanças e Tributação o aumento do valor das multas cobradas pelas infrações de trânsito. Segundo ele, o valor, que atualmente é cobrado em UfirsIndexador criado em 1991 em substituição ao extinto BTN, como medida de valor e parâmetro de atualização monetária de tributos e de valores expressos em cruzeiros na legislação tributária federal e os relativos a multas e penalidades de qualquer natureza. A Ufir foi extinta por medida provisória em 2000, mas continua sendo utilizada como medida de atualização monetária de tributos, multas e penalidades relacionadas a obrigações com o poder público. O último valor da Ufir federal é R$ 1,0641, fixado em janeiro de 2000. O estado do Rio continua a atualizar sua própria Ufir, por meio de resoluções da Receita estadual., está defasado. “Isso altera, inclusive, o comportamento das pessoas, que banalizam o cometimento de infrações”, destacou. O relatório deverá ser apresentado nos próximos 15 dias.

Durante audiência pública que discutiu o PL 2872/08, o relator também adiantou que pretende adequar o texto à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), divulgada em outubro deste ano, de que o motorista não pode ser obrigado a se submeter ao exame do bafômetro. Mas, ao mesmo tempo, de acordo com o tribunal, a prova técnica, com a concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 decigramas, é indispensável para incidência do crime de dirigir embriagado.

Transporte de crianças
Outro ponto que deve ser abordado por Manoel Junior em seu parecer é o estabelecimento de regras para o transporte de crianças em motocicletas. Na opinião do deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR), que é o relator da Subcomissão para Promover a Revisão do Código de Trânsito, é preciso muito cuidado para normatizar esse tema. Segundo o parlamentar, o fator social deve ser levado em consideração: "No Norte, as pessoas andam com os filhos na garupa das motos. O Brasil é hoje um país motorizado e temos de saber conviver com isso”.

Contingenciamento
Almeida também defendeu a criação de mecanismos para impedir o contingenciamento de verbas do Fundo Nacional de Segurança e Educação no Trânsito (Funset). De acordo com o deputado, em quase dez anos de existência, o fundo já arrecadou aproximadamente R$ 1,65 bilhão. Entretanto, segundo ele, uma quantia "irrisória" tem sido aplicada anualmente em ações de educação e segurança no trânsito. “Grande parte das verbas é utilizada pelo governo para garantir o superávit primárioResultado positivo entre a arrecadação global do setor público (excluídas as receitas obtidas com aplicações financeiras) e o total de gastos gastos, desconsiderando as despesas com juros. O poder público, ao se impor o superávit primário, busca evitar o excesso de despesas. Esse dado é um dos principais termômetros observados pelo investidores estrangeiros para medir a capacidade de um país pagar os credores em dia. Além disso, o saldo de arrecadação obtido é utilizado para pagamento da dívida pública.”, sustentou.

Carteira de motorista
Já o diretor-geral do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alfredo Peres da Silva, sugeriu ao relator que altere o projeto para facilitar a obtenção da carteira de motorista categoria "C". Essa habilitação é necessária para condutores de caminhões e veículos utilizados em transporte de carga com peso acima de 3,5 toneladas.

De acordo com Alfredo Silva, o setor de transportes tem perdido profissionais por causa da exigência de que o motorista possua a carteira categoria "B" - a dos condutores de carros de passeio - há pelo menos um ano antes de se habilitar para a carteira "C".

O dirigente também recomendou que seja incluída no Código de Trânsito a permissão explícita para que as guardas municipais possam lavrar o auto de infração de trânsito, desde que sejam designadas pela autoridade responsável. Hoje, alguns municípios permitem que os guardas municipais emitam multas de trânsito. Conforme o Denatran, no entanto, o fato de não haver essa autorização explícita no código pode gerar questionamentos na Justiça.

 

Reportagem - Renata Tôrres/Rádio Câmara
Edição – Marcelo Oliveira - Agência Câmara
 

Notícias

Trabalhador retirou-se da audiência porque calçava chinelos de dedos

  Indenização para trabalhador que, calçando chinelos, foi barrado em audiência (04.03.11) Um dia depois da matéria de ontem (3) do Espaço Vital sobre exigências formais (gravata, paletó e calçados) para participar de atos judiciais, surge a notícia de que a União foi condenada a reparar o...

Não é possível reconhecer uniões estáveis paralelas

23/02/2011 - 14h21 STJ decide que é impossível reconhecer uniões estáveis paralelas A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça admitiu que não é possível reconhecer uniões estáveis paralelas entre um funcionário público aposentado do Rio Grande do Sul e duas mulheres, com as quais manteve...

Imunidade profissional não é absoluta

03/03/2011 - 14h08 DECISÃO Advogado é condenado por calúnia e difamação contra colega Em mais um julgamento sobre excessos verbais cometidos por advogado no curso do processo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou seu entendimento de que a imunidade profissional prevista na Constituição...

Cirurgia essencial à sobrevida de segurado

03/03/2011 - 12h29 DECISÃO Unimed deve pagar despesas com cirurgia bariátrica de segurada com obesidade mórbida A gastroplastia (cirurgia bariátrica), indicada como tratamento para obesidade mórbida, longe de ser um procedimento estético ou mero tratamento emagrecedor, revela-se cirurgia...

Aparelho de TV e máquina de lavar são impenhoráveis

03/03/2011 - 08h09 DECISÃO Aparelho de TV e máquina de lavar são impenhoráveis Aparelho de televisão e máquina de lavar, bens usualmente encontrados em uma residência, não podem ser penhorados para saldar dívidas. A decisão é da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento...

Disposição normativa inconstitucional

Terça-feira, 01 de março de 2011 Fixação de valor do salário mínimo por decreto é questionada no STF A possibilidade de o Poder Executivo reajustar e aumentar o salário mínimo por meio de decreto, prevista no artigo 3º da Lei nº 12.382/2011*, foi questionada por meio da Ação Direta da...